Sou Bruna Juliana Pinto, psicóloga clínica (CRP 05/59225), e neste texto quero conversar com você sobre um tema que aparece com frequência nos atendimentos e que afeta milhões de pessoas em silêncio: a ansiedade.
Todos nós sentimos ansiedade em algum momento da vida — antes de uma entrevista, durante uma mudança importante, diante de uma perda ou desafio. Ela é uma reação natural do nosso corpo e mente diante de algo percebido como ameaça. Esse estado de alerta tem função adaptativa, ajudando-nos a nos proteger e agir com mais atenção.
O problema começa quando esse estado de alerta deixa de ser pontual e passa a ser constante, intenso e desproporcional à realidade. Quando a ansiedade começa a interferir nas suas decisões, no sono, no apetite, no trabalho ou nos relacionamentos, ela deixa de ser normal e passa a exigir cuidado clínico.
Como a ansiedade se manifesta?
A ansiedade pode se apresentar de diferentes formas, como:
- Preocupações excessivas e incontroláveis;
- Pensamentos catastróficos (“vai dar tudo errado”);
- Dificuldade de concentração;
- Agitação física ou mental;
- Tensão muscular;
- Falta de ar, sudorese, taquicardia;
- Insônia ou sono não reparador;
- Evitação de situações por medo antecipado.
Esses sintomas podem estar associados a diferentes transtornos, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), transtorno do pânico, fobias específicas, entre outros.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior taxa de transtornos de ansiedade do mundo, afetando cerca de 9,3% da população (OMS, 2017).
O papel da psicoterapia baseada em evidências
A boa notícia é que a ansiedade pode ser tratada de forma eficaz. A psicoterapia com base neurocognitiva comportamental, abordagem que utilizo, tem resultados comprovados na redução de sintomas ansiosos, promovendo autoconhecimento, reestruturação cognitiva, regulação emocional e desenvolvimento de estratégias práticas para lidar com o medo e a preocupação excessiva.
Estudos mostram que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das intervenções mais eficazes para transtornos de ansiedade, com benefícios duradouros mesmo após o fim do tratamento (Mezavila & Souza, 2025; Silva Alencar & Lemos, 2024; Guo et al., 2021)
Quando procurar ajuda?
Você não precisa esperar chegar ao limite para buscar apoio. Se a ansiedade está comprometendo sua qualidade de vida, afetando sua produtividade ou os seus relacionamentos, é hora de procurar acompanhamento psicológico. Você merece viver com mais leveza, presença e autonomia emocional.
No consultório, ofereço um espaço acolhedor, técnico e ético, para que você possa compreender suas emoções, resgatar sua confiança e reconstruir sua relação com o futuro.
Se precisar, estou aqui para caminhar ao seu lado com ciência, escuta e cuidado.
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Referências acadêmicas:
- Organização Mundial da Saúde. (2017). Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. World Health Organization.
Disponível em: https://www.who.int - Mezavila, M. S., & Souza, W. F. (2025). A Terapia Cognitivo-Comportamental no Tratamento da Ansiedade em Adolescentes: uma Revisão. Revista FSA, 22(3), 209-231.
- Silva Alencar, E. K., & Lemos, D. C. (2024). Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia de Aceitação e Compromisso no Tratamento de Ansiedade, Depressão e Fobia Social. Revista Extensão.
- Guo, et al. (2021). Individual vs. Group Cognitive Behavior Therapy for Anxiety Disorder in Children and Adolescents: A Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials
- Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR (5ª ed., texto revisado). Porto Alegre: Artmed, 2023. ISBN 9786558820932